13 de novembro de 2012

Dioguinho...agora magrinho

Durante toda a minha vida, vive de perto a história do filho da vizinha de baixo da minha mãe. É uma família completamente diferenciada. A mãe já teve vários maridos e tem dois filhos, um de cada qual dos maridos. O mais velho, tratado por Dioguinho, foi desde cedo obeso. Chegou mesmo a extremos de obesidade em que nem sequer saía de casa para ir estudar e ficava o dia todo a ver filmes e a jogar no computador. O miúdo claramente não tinha culpa e é mesmo o único que se aproveita (em simpatia e normalidade) naquele primeiro andar do prédio da minha mãe.
A certa altura o belo do Dioguinho colocou a banda gástrica e começou para ele toda uma nova vida: saía de casa, tinha amigos, ia trabalhar para uma loja de artigos desportivos. Ainda assim, a família não ajudou e o miúdo voltou a engordar. Até que, há uns dias, cruzei-me com o miúdo nas escadas do prédio da minha mãe. Esta já me havia informado que o Dioguinho estava completamente irreconhecível de magro que estava. Não quis acreditar. Até ao dia em que os meus olhos viram o Dioguinho, magro, magrinho, parece um autêntico palitinho. É o trauma. Até aquele que no bairro iria sempre ser encarado como gordo e sem solução, está magro que nem um vadio cão.
Impõem-se saber o que ele fez porque nem a Dra. M. teria capacidade de efetuar no Dioguinho tamanha transformação. O miúdo, hoje já um homen, está fantástico.
Ainda bem para ele. Fico feliz por ele. Sinceramente. Não conheço o miúdo a ponto de dizer bem ou mal do rapaz mas fico feliz que ele tenha conseguido reverter a história triste de obesidade e marginalização que toda a vida o acompanhou.
Fico triste porque cada vez que penso nisso penso que deveria ter força de vontade para reverter a minha própria história e não estou a conseguir. O stress não me larga e a força de vontade abandonou-me. Só vos digo, a sorte é que não sou nada depressiva porque senão já estava a caminho de um qualquer hospital, para me deitar numa maca e ser excluída de estômago para que rapidamente me pudesse juntar ao clube do Dioguinho Magrinho.
Enfim, melhores dias virão.

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